quinta-feira, 27 de setembro de 2012

O CORAÇÃO E A SAUDADE - ( Port. Fr. Ingl.)

Mar 11, '09 10:57 PM
for everyone

SAUDADE é uma palavra que só existe na lingua portuguesa. Na lingua inglesa usa-se o verbo "MISS" , e no francês o verbo "MANQUER", que significam "faltar". Também no italiano e no espanhol, alemão, etc. não existe um substantivo para definir esse sentimento. Apenas nós temos o privilégio de possuir uma palavra única para definir esse sentimento, tão doce e tão dolorido ao mesmo tempo!
SAUDADE...palavra linda, sonora..combina com o sentimento que sai lá do fundo do coração! A gente mergulha nele e encontra a saudade lá!
"O CORAÇÃO E A SAUDADE"
Não é difícil falar de saudade: doloroso é vivê-la. Difícil é amá-la quando dilacera o coração e o deixa em pedaços.
Acho que encontrei uma explicação pela qual ela parece tão insuportável quando ficamos muito tempo longe das pessoas que amamos:
 como o coração é apenas do tamanho de uma mão fechada e a saudade algo que cresce a cada dia, cada minuto que passa ela vai ocupando mais espaço e o coração se sentindo cada vez mais apertado. Sem o outro ele se sente sem ar.
 Por isso essa sensação de se sentir sufocado e a impressão que o coração vai explodir dentro do peito. Por isso os olhos ardem e as palavras desmancham-se dentro de nós.
 Mas a saudade é deliciosa!!!
É ela quem nos mostra aqueles que contam realmente na nossa alma, os que escreveram para sempre seus nomes nas paredes do nosso coração e, aconteça o que acontecer, permanecerão lá, intactos.
É dela que não queremos nos desprender, a qual nos agarramos como uma tábua de salvação que nos conduzirá à outra margem...
 onde encontraremos aqueles que vencem as distâncias e os infinitos e continuam do nosso lado ignorando as barreiras do impossível e do invisível.
Sabemos que amamos quando a saudade bate à nossa porta e não encontramos forças para não deixá-la entrar. Nos entregamos.
A saudade é a doce arte de saber misturar o amor, a dor e a esperança. É a herança dos que abriram o coração para amar...
Letícia Thompson










 

A "SAUDADE" em outras linguas:

 

Tu Me Manques

 Lara Fabian

Tu me manques y'a rien à faire
Tu me manques pas de mystère
Pourquoi ce coeur fracturé
Ne peut se détacher
Ton image est gravée
Mon rêve s'est envolé
Dans un écrin de soleil
Ma vie ou la pluie c'est pareil

Tu me manques j'y crois encore
Tu me manques l'amour est fort
Comment pourrais-je accepter
Que le ciel vienne à tomber?
Tu me manques, ça va passer
Tu me manques, j'suis déchirée
Je n'trouve que ces mots-là
Pour te dire je t'aime 100 fois

Tout les jours s'agrandit ce petit bout d'amour
Celui qu'j'avais construit pour toi jour après jour
J'aurais voulu te dire les mots qu'on ne dit pas
Apprendre à les écrire te les chanter tout bas

Tu me manques trop tard le soir
Tu me manques, je garde espoir
Je sais que quelqu'un là-haut, nous à porter ce soir
Nous à laisser le temps, le temps d'un sentiment
Même si la vie souvent fait battre mon coeur à contre-temps.

Tu me manques, as-tu compris?
Tu me manques, j'ai froid la nuit
Montréal ou Paris, où es-tu, trop loin d'ici?
Tu me manques je te l'ai dit
Tu me manques j'attends les cris
Je ne trouve que ces mots-là pour te dire je t'aime 100 fois

Tu me manques
Tu me manques
Tu me manques
Tu me manques.

“I miss you when something really good happens,

because you are the one I want to share it with.

I miss you when something is troubling me,

because you are the one who understands me so well.

I miss you when I laugh and cry

because i know that you are the one that makes my laughter grow and my tears disappear.

I miss you all the time,

but I miss you most when I lay awake at night

and think of all the wonderful times we spent with each other;

for those were some of the best times of my life.”



AI! COMO ESSA TAL DE "SAUDADE" SABE DOER NO CORAÇÃO DA GENTE!



"A DOR QUE DÓI MAIS"
Marta medeiros

Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, dóem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é saudade.

Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa. Dóem essas saudades todas.

Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o escritório e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.

Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua pintando o cabelo de vermelho. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango assado, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua surfando, se ela continua lhe amando.

Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber se ele está com outra, e ao mesmo tempo querer. É não querer saber se ela está feliz, e ao mesmo tempo querer. É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim, doer.

Martha Medeiros (1961) é escritora gaúcha. A dor que dói mais foi publicado originalmente em 20 de Julho de 1998 na extinta coluna assinada por ela no site "Almas Gêmeas"


























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