quinta-feira, 27 de setembro de 2012

PORQUE OS AMORES SE PERDEM - Letícia Thompson

Sep 13, '09 7:12 PM
for everyone


PORQUE OS AMORES SE PERDEM
( Letícia Thompson )

O mais difícil de entender
quando os amores acabam, são os porquês.
Por que duas pessoas que se encontraram
e se encantaram, viveram um amor
que parecia indestrutível, se separam?

Por quê o amor geralmente acaba de um lado só
e é o outro que fica chorando 
e querendo entender as razões?

Costumo comparar casais a chave e fechadura.
Nem toda chave abre todas as portas
e é necessário encontrar aquela exata
que vai se encaixar perfeitamente
e tudo será possível.

Amores deveriam ser eternos,
mas nem sempre são.
Mas a gente acredita
que cada vez que alguém toca nosso coração
e entra, que é definitivo.

Um casal que se apaixona de início,
sem que um tenha tido o tempo
de desnudar o outro nas suas verdades,
acredita nessa chama e até briga
por ela muitas vezes.

E cria-se sonhos, planeja-se o futuro...
Enquanto isso os dias vão passando,
toma-se menos cuidado em manter a magia
e a parte dos dois que é mais sonhadora
começa a sentir-se incomodada.

Dá medo.

Medo de ter que olhar bem nos olhos
da realidade e dizer: Acabou!
Medo de ter que se confessar a si próprio
que ainda não foi aquela vez!

Medo da solidão, de ter que recomeçar...
Não são as decepções que matam o amor.

Se assim fosse,
não existiriam perdões e reconciliações.

O que mata o amor é simplesmente
a tomada de consciência
de que o outro não é o ser sonhado.

É como acordar
depois de um longo sono e lindos sonhos.

O outro está ali, é a mesma pessoa,
mas aquela neblina que dava a impressão
de irrealidade já não mais existe.

E isso não acontece da noite para o dia,
como se costuma pensar.

É algo que vem com os dias,
os hábitos, as monotonias.

Um percebe, o outro não.
Um começa a se sentir angustiado
e o outro continua acreditando
ou finge que acredita.

E quando a gota que faz transbordar o vaso
chega é o mundo todo que desmorona.

Porém, tudo não fica definitivamente perdido.
Sobra de um lado a dor, e os porquês,
um resto de amor que teima em ficar
no fundo como o vinho envelhecido na garrafa
e do outro o coração dividido
por não poder reparar erros cometidos
e a vontade de continuar em busca
de outros horizontes.

Sobra para os dois a ternura
e a lembrança dos momentos passados juntos.

Por que corta-se relacionamentos,
mas não se apaga momentos,
mesmo que a gente queira.

Vivido é vivido, feliz ou infelizmente.

Inútil é querer resgatar um amor
que resolveu partir pra outras direções.
Quanto mais apega-se, mais ele se afasta.

E quanto mais se afasta,
mais dói no outro a incompreensão.

É uma roda da qual é difícil de sair.

E é uma pena,
pois os corações não merecem isso.

Quando a questão é amor,
não existe justo ou injusto.

Existe o que ama, e o que não ama mais.

Precisamos aceitar
que o outro não tenha os mesmos sentimentos,
mesmo se isso nos faz mal,

por que se o amor não for livre
para se instalar onde realmente deseja,
ele perde toda a razão de ser.

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