terça-feira, 25 de setembro de 2012

"O SILÊNCIO DA ALMA" Neale Donald Walsch


Maria Angela's Site"Viver é nascer a cada instante " 

Nov 8, '09 9:51 AM
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"O SILÊNCIO DA ALMA"
Neale Donald Walsch






Lembre-se: os silêncios mantêm os segredos, portanto, o som mais doce é o som do silêncio.
 Essa é a canção da alma. 

Alguns escutam o silêncio na oração, outros cantam a canção em seu trabalho, alguns procuram os segredos na contemplação tranqüila 
Quando se alcança a maestria, os sons do mundo se apagam, as distrações se aquietam. 
Toda a vida se transforma em meditação. 
Tudo na vida é uma meditação na qual se pode contemplar o Divino e vivendo dessa forma, aprendemos que tudo na vida é bênção.

Já não há luta, nem dor, nem preocupação.
Só há experiência.
Respira em cada flor, voa com cada pássaro, encontra beleza e sabedoria em tudo, já que a sabedoria está em todos os lugares onde se forma a beleza.

E a beleza se forma em todas as partes, não há que procurá-la, porque ela virá a ti.
Quando ages nesse estado, transformas tudo o que fazes numa meditação e assim, num dom, num oferecimento de ti para tua alma e de tua alma para o Todo.

Ao lavar os pratos desfruta do calor da água que acaricia tuas mãos.

Ao preparar a ceia sinta o amor do universo que te trouxe esse alimento e, como um presente teu ao preparar essa comida, derrama nela todo o amor de teu ser.

 Ao respirar, respira longa e profundamente, respira lenta e suavemente, respira a suave e doce simplicidade da vida, tão plena de energia, tão plena de amor.

 É amor de Deus o que estás respirando.
Respira profundamente e poderás senti-lo.
Respira muito, muito profundamente e o amor te fará chorar.......... de alegria.

Porque conheceste teu Deus e teu Deus te presenteou com tua alma. Faz da tua vida e de todos os acontecimentos uma meditação.

Caminha na vigília, não adormecido.
 Move-te com a perfeição, não sem ela e não te detenhas na dúvida nem no temor, tampouco na culpa ou na auto- recriminação.

 Vive no esplendor permanente, com a certeza de que és muito amado.
Escutatória



Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória.

Todo mundo quer aprender a falar... Ninguém quer aprender a ouvir.

Pensei em oferecer um curso de escutatória, mas acho que ninguém vai se matricular. Escutar é complicado e sutil.

Diz Alberto Caeiro que... “Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas.
Para se ver, é preciso que a cabeça esteja vazia.”

Parafraseio o Alberto Caeiro:

Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito. É preciso também que haja silêncio dentro da alma.

Daí a dificuldade:

A gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor...
Sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer.
Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração... E precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor.

Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil de nossa arrogância e vaidade.

No fundo, somos os mais bonitos...

Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos estimulado pela revolução de 64. Contou-me de sua experiência com os índios:

Reunidos os participantes, ninguém fala. Há um longo, longo silêncio.

Vejam a semelhança...

Os pianistas, por exemplo, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio... Abrindo vazios de silêncio... Expulsando todas as idéias estranhas.

Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial.

Aí, de repente, alguém fala. Curto. Todos ouvem.

Terminada a fala, novo silêncio.

Falar logo em seguida seria um grande desrespeito, pois o outro falou os seus pensamentos... Pensamentos que ele julgava essenciais.

São-me estranhos. É preciso tempo para entender o que o outro falou.

Se eu falar logo a seguir... São duas as possibilidades.

Primeira: Fiquei em silêncio só por delicadeza... Na verdade, não ouvi o que você falou.

Enquanto você falava, eu pensava nas coisas que iria falar quando você terminasse sua (tola) fala.

Falo como se você não tivesse falado.

Segunda: Ouvi o que você falou. Mas, isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo. É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou.

Em ambos os casos, estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada.

O longo silêncio quer dizer: Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou.

E, assim vai a reunião.

Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos.

E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia.

Eu comecei a ouvir.

Fernando Pessoa conhecia a experiência...
E, se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras... No lugar onde não há palavras.

A música acontece no silêncio. A alma é uma catedral submersa.
No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos.
Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia...
Que de tão linda nos faz chorar.

Para mim, Deus é isto: A beleza que se ouve no silêncio.
Daí a importância de saber ouvir os outros: A beleza mora lá também.

Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto.

Rubem Alves



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