Essa música feita nos duros tempos da ditadura chilene, fala sobre as ditaduras latino-americanas. A autora chilena, VIOLETA PARRA, conseguiu de uma forma simples e objectiva nela colocar toda a força da crueldade imposta naqueles negros anos.
Que tempos como aqueles nunca mais aconteçam na América Latina e que devemos lutar para que acabem no restante mundo. Vale a pena apreciar!
"VOLVER A LOS 17"
Volver a los diecisiete después de vivir un siglo
Es como descifrar signos sin ser sabio competente, Volver a ser de repente tan frágil como un segundo Volver a sentir profundo como un niño frente a dios Eso es lo que siento yo en este instante fecundo. Se va enredando, enredando Como en el muro la hiedra Y va brotando, brotando Como el musguito en la piedra Como el musguito en la piedra, ay si, si, si. Mi paso retrocedido cuando el de usted es avance El arca de las alianzas ha penetrado en mi nido Con todo su colorido se ha paseado por mis venas Y hasta la dura cadena con que nos ata el destino Es como un diamante fino que alumbra mi alma serena. Se va enredando, enredando Como en el muro la hiedra Y va brotando, brotando Como el musguito en la piedra Como el musguito en la piedra, ay si, si, si. Lo que puede el sentimiento no lo ha podido el saber Ni el más claro proceder, ni el más ancho pensamiento Todo lo cambia al momento cual mago condescendiente Nos aleja dulcemente de rencores y violencias Solo el amor con su ciencia nos vuelve tan inocentes. Se va enredando, enredando Como en el muro la hiedra Y va brotando, brotando Como el musguito en la piedra Como el musguito en la piedra, ay si, si, si. El amor es torbellino de pureza original Hasta el feroz animal susurra su dulce trino Detiene a los peregrinos, libera a los prisioneros, El amor con sus esmeros al viejo lo vuelve niño Y al malo sólo el cariño lo vuelve puro y sincero. Se va enredando, enredando Como en el muro la hiedra Y va brotando, brotando Como el musguito en la piedra Como el musguito en la piedra, ay si, si, si. De par en par la ventana se abrió como por encanto Entró el amor con su manto como una tibia mañana Al son de su bella diana hizo brotar el jazmín Colando cual serafín al cielo le puso aretes Mis años en diecisiete los convirtió el querubín
A Tradução:
"VOLTAR AOS 17"
Voltar aos dezessete, depois de viver um ciclo
É como decifrar os signos, sem ser sábio ou competente Voltar à ser, de repente, tão frágil em um segundo Voltar à sentir-se importante como uma criança frente à Deus Isso é o que sinto eu neste grande momento
Se vai enredando, enredando
Como no muro , a hera E vai brotando, brotando Como um musgo na pedra Como um musgo na pedra, ah sim, sim, sim... Meu passado retrocede quando o teu avança O arco das alianças penetrou no meu ninho Com todo seu colorido passeou por minhas veias E até a dura corrente que ata nossos destinos É como um diamante valioso que ilumina minha alma serena O que pode o sentimento sem ter podido o saber Nem o mais claro proceder, nem o mais amplo pensamento Tudo muda à todo momento, qual mago condescendente Nos afasta docemente de rancores e violências Só o amor com sua forma nos transforma tão inocentes O amor é repleto de uma pureza original Até um feroz animal sussurra seu doce trino Detem os Peregrinos, Libera os prisioneiros O amor com seus esmeros, volta o velho à criança E ao mal, só o carinho lhe transforma em puro e sincero Aos poucos a janela se abriu como por encanto Entrou o amor com seu manto como uma linda manhã Ao som de seu belo dia fez brotar o jazmín Voando à qual fim o céu lhe deu E meus tempos com 17 lhes converteu em querubim.
Reflexão de Valéria Araújo:
O fantástico desta pérola da poesia chilena, é que essa canção nos transporta para dentro de nossas almas, de nossos próprios setimentos e instintos. Antes nunca a havia percebido como uma canção de retorno a seu próprio mundo, vista a partir de um ângulo político.
Pensar a saudade dos 17 anos que nao voltam, da esperança de um país, de um povo que volta a sonhar. A esperança interrompida bruscamente com a força de uma ditadura, um governo imposto sem pedir permissão. Ah, Chile, ah Allende, ah, Neruda, Ah, Violeta Parra, Juan Serrat e todos os anônimos que compoem esse precioso país.
Me solidarizo a vocês no sofrimento do sonho interrompido no onze de Setembro que o imperialismo apagou da História.
Ninguém se lembra do estádio vomitando exilados, dos tanques nas ruas e do sonho interrompido com a morte de Allende.
Ninguém se lembra do pranto, do sofrimento, da dor sobre a última chama de esperança que se apagava.
Ninguém se lembra dos anos de chumbo vividos depois, da perseguiçao e da dor de deixar sua pátria paradoxalmente por amá-la demais.
Me identifico com a dor e com a saudade que sentem de si próprios.
Me identifico através de cada célula de meu corpo. Cada músculo, cada gota desse sangue mestiço, latino e latente que atravessa meu coraçao, sentindo a dor que traz a "añoranza" da esperança interrompida por bombas e tiros. Sonhos interrompidos por mediocridade e sentimento de superioridade racial.
Superioridade? Nao somos irmaos? Somos fantásticos! Somos mestiços, somos europeus, somos índios, somos árabes, somos americanos, somos negros, somos latinos! Somos todos vida, barro, terra, fôlego divino, essência etérea! Ah, sim! Podem nos roubar a liberdade, as riquezas e até mesmo os bons sentimentos. Mas jamais poderao roubar-nos o passado, a história, o sangue, a raça, o orgulho de sermos latinos. Sim, é possível sonhar outra vez com um mundo novo, com uma terra sem fronteiras, sem donos e escravos, mas uma terra onde tudo é de todos, e todos respeitam a tudo, como Deus ensinou aos nossos ancestrais. Voltar aos dezessete anos em idade nao é possível.
Mas é possível sim, sentir outra vez a esperança,o sonho, a certeza e a gana de fazer um mundo melhor como se sentia aos dezessete.
Que viva nosso povo forte e soberano! Viva nossa cultura e nossas raízes! Viva esse mundo abençoado que se chama América Latina!
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quinta-feira, 18 de outubro de 2012
"VOLVER A LOS 17"
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